Para embaixada de Guiné - Bissau em Portugal 2019

 


PARA EMBAIXADA DE GUINÉ – BISSAU EM PORTUGAL, 2019

 

Antes de ter ideia sobre esta carta, estive na embaixada para expor o meu problema como cidadão guineense, assim como não deixei de pensar nos outros cidadãos guineenses que vivem cá em Portugal, eu vivo cá em Portugal desde janeiro de 2006, fiz ensino secundário (12º ano) e entrei no superior (ISCTE-IUL) via acesso ao ensino superior geral, durante este tempo ou seja durante a licenciatura tive alguns problemas como acontece com qualquer estudante não proveniente de família rica, os problemas pessoais acontecem com qualquer ser humano, em 2015 terminei a licenciatura em informática e gestão de empresas, desde então nunca tive paz para ter carreira solida, digo paz porque, quando não temos estabilidade, não temos paz! ou seja não conformamos, não é por ser guineense que não terei paz como operador de armazém, limpeza, ajudante de construção civil, apesar de ter uma licenciatura em informática e gestão de empresas, os guineenses circulam pelos quatros cantos do mundo e alguns são bem sucedidos, alguns como emigrantes outros como estudantes, em países desenvolvidos ganha-se um salário de 3000€, 2000€, 1000€, 800€, 600€, e por aí fora, o que fazemos para ganhar isso não interessa! mas há alguma coisa que me despertou atenção, os bolseiros voltam para casa ? o que irão encontrar ? o que vão fazer ? existe um plano para eles que não passa de miragem para não falar de ilusão ? e se eu vos dizer sou estudante guineense mais perturbado em Portugal apesar de ter cidadania portuguesa? antes de mais, não vou prolongar, só queria deixar vos uma sugestão façam pelo menos um registo de quantos são os estudantes guineenses em Portugal, quantos são, quantas áreas de formação têm, que utilidade têm, o quê que cada um pretende, quem pretende regressar a casa existe um plano para ele ? eu tenho licenciatura em informática e gestão de empresas e não é por isso que me deixo de ver como mecânico, carpinteiro, pedreiro ou outra coisa mais sofisticado, as nossas casas, estradas e carros que por lá circulam precisam de muita coisa, o que fazemos aqui ? ou pelo mundo fora ? bem estamos na era de globalização e o mundo atual não tem fronteiras, eu tive poucos trabalhos e as vezes me que encontro a trabalhar surgem me algumas situações que não fazem sentido e ao despertar fico com sensação de que as profissões estão a desaparecer. penso como um futuro empresário, um funcionário de função publica, um funcionário de empresa de setor privado e não vejo nada, é como estar no meio do nada e ver tudo. por ultimo agradeço pelo vossa atenção dispensada, e aguardo a vossa resposta.


 

                                                           Reinaldo da Costa Mendes, Lisboa 2019

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